Aqui, deposta enfim a minha imagem,
Tudo o que é jogo e tudo o que é passagem,
No interior das coisas canto nua.
Aqui livre sou eu – eco da lua
E dos jardins, os gestos recebidos
E o tumulto dos gestos pressentidos,
Aqui sou e em tudo quanto amei.
Não por aquilo que só atravessei,
Não p´lo meu rumor que só perdi
Não p´los incertos actos que vivi,
Mas por tudo de quanto ressoei
E em cujo amor de amor me eternizei.
sophia de mello breyner andresen
dia do mar
obra poética
assírio & alvim
2015