A porta estreita do regresso
abre-se finalmente para aquele
que perdeu a paciência e também a impaciência
e que pára sobre o coração sem lugar de tudo.
A visão de esse, de o que está de fora,
de aquele que regressa sem ter partido
dançando sobre os destroços da sua imagem,
é o que me vê a mim: falo ainda de mim
embora por um momento só.
Mas já não sou o mesmo nem sou diferente.
O dentro de isto está fora
de mim e de si próprio.
manuel antónio pina
aquele que quer morrer III (1978)
todas as palavras, poesia reunida
assírio & alvim
2012