Por caminhos de verão alguém me pastoreia
patos celestes, gansos azuis de esperança,
inúmeros animais a que arderam as penas.
A fala é uma correia que estala sobre os corpos
o grito uma granada de alcance inofensivo.
Silêncio sou no solo, no chão deste país
de mães vivas e soltas os cabelos desgrenhados
pelos negócios da alma que são os mais difíceis,
pela alma dos negócios a que ninguém me poupa.
É tempo? Pois é tempo.
As luzes incendeiam as pastagens do medo
e as frutas do silêncio
esperam nos meus silos os dentes da revolta.
armando silva carvalho
técnicas de engate 1979
o que foi passado a limpo, obra poética
assírio
& alvim
2007
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