26 setembro 2017

tomas tranströmer / elegia



Abro a primeira porta.
É um quarto espaçoso e soalheiro.
Um veículo pesado passa na rua
e faz tilintar as porcelanas.

Abro a segunda porta.
Amigos! Vocês beberam trevas
e contudo estão visíveis.

Abro a terceira porta. Um quarto de hotel acanhado.
A janela á para uma rua das traseiras.
Um lampião da rua ilumina o asfalto.
As bonitas sobras da experiência.


tomas tranströmer 
50 poemas
tradução de alexandre pastor
relógio d´água
2012




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