Evitava as poças,
sobretudo as novas, após a chuva.
Afinal, uma delas poderia não ter fundo,
ainda que parecesse igual às outras.
voando para baixo,
cada vez mais baixo,
rumo às nuvens reflectidas
ou talvez mais além.
fechar-se-á por cima de mim,
e eu para sempre trancada – onde –
ficarei com um grito não repercutido à superfície.
nem todas as más aventuras
cabem nas regras do mundo
e mesmo que o quisessem,
não poderiam acontecer.
instante
trad. elzbieta milewska e sérgio neves
relógio d'água
2006