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20 março 2024

jean-arthur rimbaud / frases

 



 
 
Quando o mundo estiver reduzido a um só bosque negro para os nossos quatro olhos espantados – a uma praia para duas crianças fiéis – a uma casa musical para a nossa clara simpatia – encontrar-vos-ei.
 
Quando só haja aqui um velho solitário, belo e calmo, rodeado de um «luxo inaudito» - a vossos pés estarei.
 
Quando eu assumir a vossa ânsia toda – seja eu aquela que vos estrangula – e estrangular-vos-ei.
 
 
 
jean-arthur rimbaud
iluminações / uma cerveja no inferno
trad. de mário cesariny
estúdios cor
1972
 



01 setembro 2023

arthur rimbaud / uma temporada no inferno



 
«Outrora, se bem me lembro, a minha vida era um festim em que todos os corações se abriam, em que corriam todos os vinhos.
Uma noite, sentei a Beleza nos meus joelhos. – E achei-a amarga. – E injuriei-a.
Armei-me contra a justiça.
Fugi. Ó feiticeiras, ó miséria, ó ódio, é a vós que foi confiado o meu tesouro!
Alcancei que se desvanecesse do meu espírito toda a esperança humana. Sobre toda a alegria para estrangular lancei o salto surdo do animal feroz.
Convoquei os carrascos para lhes morder, perecendo, a coronha dos fuzis. Convoquei os flagelos, para me sufocar com a areia, o sangue. A desgraça foi o meu deus. Deitei-me ao comprido na lama. Sequei ao ar do crime. E preguei boas partidas à loucura.
E a Primavera trouxe-me o horrível riso do idiota.
Ora, bem recentemente, vendo-me prestes a soltar o último pio, ocorreu-me procurar a chave do antigo festim, que me devolveria talvez o apetite.
Esta chave é a caridade. – Esta inspiração prova que sonhei!
«Hiena hás-de ser sempre, etc…», proclama o demónio que me coroou de tão amáveis papoulas. «Arriba à morte com todos os teus apetites, e o teu egoísmo e todos os pecados capitais.»
Ah! Disso já fiz bem mais do que a conta: - Mas, conjuro-vos, meu caro Satã, uma pupila menos irritada! E enquanto aguardais umas tantas ou quantas pequenas cobardias em atraso, aqui tendes, vós que apreciais no escritor a ausência das faculdades descritivas ou instrutivas, algumas horríveis folhas do meu caderno danado.
 
 
 
jean-arthur rimbaud
une saison en enfer
obra completa
trad. miguel serras pereira e joão moita
relógio d´água
2018
 
 


19 junho 2021

arthur rimbaud / sensação

 
 
 
Pelas tardes azuis de Estio, irei pelos trilhos,
Picado pelas espigas, calcar a erva miúda:
Sonhador, sentirei o frescor que os pés pisam.
Virá banhar o vento a minha fronte nua.
 
Irei sem dizer nada, sem pensar em nada:
Mas o amor infinito subirá no meu ser,
– Boémio, pela Natureza, de bem longa jornada,
Feliz, como se fosse comigo uma mulher.
 
Março de 1870
 
 
 
jean-arthur rimbaud
poesia
obra completa
trad. miguel serras pereira e joão moita
relógio d´água
2018






 

24 fevereiro 2021

arthur rimbaud / a minha boémia

 (Devaneio)
 
 
Assim ia eu, com os punhos nos bolsos rotos;
E o meu casaco que também se tornara ideal;
A cabeça descoberta, Musa!, e a ti sempre fiel;
Ah! Com que esplêndidos amores não sonhei!
 
As minhas únicas calças tinham um enorme buraco.
– Polegarzinho sonhador, pelos caminhos desfiava
As minhas rimas. O meu albergue era a Ursa Maior.
– As minhas estrelas faziam no céu um suave frufru.
 
Ficava a ouvi-las, sentado à beira dos caminhos,
Nessas belas noites de Setembro em que sentia no rosto
Como um vinho retemperante, as gotas do orvalho;
 
Quando, rimando no meio das sombras fantásticas,
Como as cordas de uma lira, puxava os atacadores
Dos meus sapatos feridos, um pé junto do coração!
 
 
 
jean-arthur rimbaud
poesia
obra completa
trad. miguel serras pereira e joão moita
relógio d´água
2018





 

05 dezembro 2019

arthur rimbaud / digo que é preciso ser-se vidente



carta para Paul Demeny, Charleville, 15 de Maio de 1871
(excerto)


[…]

          Digo que é preciso ser-se vidente, tornar-se vidente.
          O poeta torna-se vidente através de um longo, imenso e ponderado desregramento de todos os sentidos. Todas as formas de amor, de sofrimento, de loucura; ele procura-se a si mesmo, ele esgota em si todos os venenos para ficar apenas com as quintessências. Inefável tortura para a qual ele precisa de toda a fé, de toda a força sobre-humana, através da qual ele se torna entre todos o grande demente, o grande criminoso, o grande maldito – e o Sábio supremo! – Porque ele alcançou o desconhecido! Porque ele cultivou a sua alma, já de si rica, mais do que ninguém! Ele alcança o desconhecido, e quando, aterrorizado, acabar por perder a inteligência das suas visões, ele tê-las-á visto! Que ele rebente no seu salto pelas coisas inauditas e infindáveis: outros horríveis trabalhadores virão; e começarão pelos horizontes nos quais o outro vergou!

[…]


jean-arthur rimbaud
cartas e documentos
obra completa
trad. miguel serras pereira e joão moita
relógio d´água
2018






25 março 2015

arthur rimbaud / meditações




Beijei a madrugada. Era Verão.
Diante do palácio, nada estremecia. A água estava parada. Os maciços de sombra não deixavam os caminhos dos bosques. Caminhei, acordando os hálitos tépidos e vivos; as pedras preciosas olharam, como asas levantaram-se no maior dos silêncios.



arthur rimbaud
meditações
tradução de madalena silva
alma azul
2009




11 julho 2014

jean-arthur rimbaud / meditações



Eu sou o peão da estrada larga através
dos bosques; abafa-me os passos o rumor
das comportas.

Durante muito tempo, permanece no meu
olhar a melancólica limpeza do oiro do
poente.


jean-arthur rimbaud
meditações
alma azul
2007




26 maio 2014

jean-arthur rimbaud / frases



Lancei cordas de campanário a campanário; guirlandas de janela a janela; cadeias de ouro de estrela a estrela, e danço.



jean-arthur rimbaud
iluminações
uma cerveja no inferno
trad. mário cesariny
estúdios cor
1972



09 junho 2012

jean-arthur rimbaud / depois do dilúvio III






No bosque há uma ave, o seu canto
detém-vos e faz-vos corar.

Há um relógio que não toca.

Há uma lixeira com um ninho de
bichos brancos.

Há uma catedral que desce e um lago
que sobe.

Há um carrinho abandonado nas moitas,
ou descendo a vereda em correria,
engalanado.

Há uma troupe de pequenos cómicos
com os seus fatos, visíveis sobre a estrada
através da orla do bosque.

Há, enfim, quando tens fome e sede,
alguém que te enxota.




jean-arthur rimbaud
iluminações
uma cerveja no inferno
trad. mário cesariny
estúdios cor
1972



14 março 2012

jean-arthur rimbaud / bárbara






Muito depois dos dias e das estações,
dos seres e dos países.

O estandarte de carne sangrando sobre
a seda dos mares e das flores árcticas
(que não existem).

Liberto das velhas fanfarras de he-
roísmo ─  que ainda nos assaltam o co-
ração e a mente ─  longe dos antigos
assassinos ─

Oh! O estandarte de carne sangrando
sobre a seda dos mares e das flores
árcticas (que não existem).

Os braseiros, chovendo em bátegas de
gelo ─  Doçuras! ─  os revérberos da chuva
de diamantes vindos do coração terres-
tre para nós eternamente carbonizado.
─  Ó mundo! ─

(longe das antigas retiradas e dos
velhos incêndios que ainda sentimos,
ainda ouvimos),

Braseiros e espumas. E música, revirar
de abismos e impacto de flocos de neve
nos astros.

Ó Doçuras, ó mundo, ó música! For-
Mas, suores, cabelos e olhos, flutuando.
E as lágrimas brancas, ferventes ─  ó do-
çuras! ─ e a voz feminina chegando ao
fundo dos vulcões e das grutas árcticas.


O estandarte…



   


jean-arthur rimbaud
iluminações
uma cerveja no inferno
trad. mário cesariny
estúdios cor
1972



  

21 julho 2009

jean-arthur rimbaud / depois do dilúvio








Mal se aquietou a ideia de Dilúvio,

Uma lebre parou entre os sanfenos e
nas ondulantes campânulas e fez a sua
prece ao arco-íris através da teia da
aranha.

Oh! as pedras preciosas que se escon-
diam — as flores que já olhavam.

Na grande rua suja reapareceram as
tendas, e as barcas foram atiradas ao mar,
que era em degraus, e em cima, como
nas gravuras.

Correu o sangue, nas terras de Barba-
-Azul. Nos matadouros, nos circos, onde
o selo de Deus enlividecia as janelas.
O sangue e o leite correram.

Os castores construíram. Os mazagrãs
fumegaram nos estaminés.

Na grande casa vidrada ainda rumo-
rejante as crianças de luto olharam as
maravilhosas imagens.

Uma porta bateu — e no centro do
povoado o menino girou os braços arre-
batando os cata-ventos e os galos de todos
os campanários, sob o cintilante agua-
ceiro.

A Senhora *** instituiu um piano nos
Alpes. A missa e as primeiras comunhões
foram confiadas aos cem mil altares
da catedral.

As caravanas partiram. E o Esplêndido
Hotel foi construído sobre o caos de gelos
e de noite dos pólos.

Desde então, a Lua ouviu o uivo dos
chacais nos desertos de timo — e as églo-
gas sabias grunhindo ao vergel. Depois,
na mata violeta, sussurrante, Eucaris
disse-me que era primavera.

Irrompe, charco — Espuma, rola sobre
a ponte e por cima das árvores. Velos
negros e órgãos; raios e trovão — vinde
e rolai! — Águas e tristezas, crescei e
restabelecei os Dilúvios.

Pois, desde que eles se foram — oh as
pedras preciosas aluindo, e as flores aber-
tas! — é o tédio! e a Rainha, a Feiticeira
que acende o seu lume na frágua de barro,
nunca quererá contar-nos o que sabe e
nós ignoramos.








jean-arthur rimbaud
iluminações
uma cerveja no inferno
trad. mário cesariny
estúdios cor
1972







22 setembro 2008

jean-arthur rimbaud / vidas








I

Oh as avenidas imensas da Terra
Santa, os terraços do templo! Que fizeram
do brâmane que me explicava os Provér-
bios? De então, de aí, até as velhas vejo
ainda! Recordo as horas de prata e de
sol em direcção aos rios, a mão da terra
em cima do meu ombro e as nossas carí-
cias trocadas de pé na planície odo-
rante. — Uma revoada de pombos escar-
lates estala em torno do meu pensamento.
— Aqui exilado, tive um palco para repre-
sentar as obras-primas dramáticas de to-
das as literaturas. Ter-vos-ia mostrado
riqueza inaudita. Observo a história dos
vossos tesouros. Vejo a continuação! Para
vós, a minha sabedoria é tão desprezível
como o caos. Que é o meu nada, com-
parado ao horror que vos espera?



II

Sou um inventor muito mais meritório
do que qualquer dos meus predecessores;
um músico que descobriu algo como a
clave do amor. Agora, gentil-homem de
província pobre e céu austero, procuro
enternecer-me com a recordação da infân-
cia mendiga, a aprendizagem ou o regresso
em farrapos, as querelas, as cinco ou as
seis vezes em que fiquei viúvo, e as algu-
mas bodas em que a minha testa de ferro
me não deixou seguir o diapasão dos
camaradas. Não choro o meu velho qui-
nhão de alegria divina: o ar austero desta
terra pouca alimenta muito activamente
o meu atroz cepticismo. Mas como o meu
cepticismo deixou de ser manobrável e
me votei a uma ânsia nova fico à espera
de ser um louco muito perigoso.



III

Num esconso onde me fecharam aos
doze anos conheci o mundo, ilustrei a
comédia humana. Num celeiro aprendi
história. Em qualquer festa nocturna
duma cidade do Norte, encontrei todas
as mulheres dos antigos pintores. Numa
velha arcada de Paris ensinaram-me as
ciências clássicas. Numa incursão magní-
fica, assistido por todo o Oriente, com-
pletei minha obra imensa e fiz a minha
insigne retirada. Fermentei o meu sangue.
Fui-me restituído. Há que deixar de, se-
quer, pensar nisso. Sou realmente de
além-túmulo, e nada de comissões.











jean-arthur rimbaud
iluminações
uma cerveja no inferno

trad. mário cesariny
estúdios cor
1972







29 junho 2008

manhã





Abracei a aurora de verão.


Ainda nada movia a entrada dos palácios. A água estava morta. As sombras não deixavam a estrada do bosque. Caminhei, acordando os hálitos vivos e tépidos, e as pedrarias olharam, e as asas ergueram-se sem ruído.

A primeira aventura foi, no caminho já pleno de frescos e lívidos clarões, uma flor que me disse o seu nome.

Ri-me para a wasserfall loura que se encaracolou através dos abetos: no cimo prateado estava a deusa.

Então, um a um, tirei-lhe os véus. Na alameda, agitando os braços. Através da planície, onde a denunciei ao galo. Ela fugia para a grande cidade, entre as torres e as cúpulas; correndo como um mendigo sobre os cais de mármore, persegui-a.

No alto da estrada, junto a um bosque de loureiros, cobri-a com os véus desordenadamente recuperados, e senti um pouco seu imenso corpo. A manhã e o menino tombaram na orla do bosque.


Ao acordar era meio-dia.









jean-arthur rimbaud
iluminações / uma cerveja no inferno
trad. de mário cesariny
estúdios cor
1972




06 janeiro 2007

jean-arthur rimbaud


frases


lancei cordas de campanário a campanário; grinaldas de janela a janela; cadeias de ouro de estrela a estrela, e danço.







jean-arthur rimbaud
“iluminações / uma cerveja no inferno”
trad. de mário cesariny
estúdios cor
1972

31 outubro 2004

book zapping #003 henry miller


O Tempo dos Assassinos
Um estudo sobre Rimbaud



“Diz-se que Rimbaud, no tempo em que escrevia o seu “livro negro” (Une Saison en Enfer), terá afirmado: “O meu destino depende deste livro!” Nem o próprio Rimbaud sabia como era profundamente verdadeira essa afirmação. À medida que começamos a compreender o nosso próprio destino trágico, começamos também a perceber o que ele queria dizer. Tinha identificado o seu destino com o da época mais crucial de que o homem tinha conhecimento. Das duas uma, ou, como Rimbaud, renunciamos a tudo aquilo que a nossa civilização tem representado até aos nossos dias, e procuramos construir desde o princípio, ou destruímo-la com as nossas próprias mãos. Quando o poeta está no nadir, então não há dúvida de que o mundo está de pernas para o ar. Se o poeta já não pode falar em nome da sociedade, mas apenas em seu próprio nome, então é porque estamos encurralados na última trincheira. Sobre o cadáver poético de Rimbaud, começámos a levantar uma torre de Babel. Nada significa o facto de ainda haver poetas e de alguns deles ainda serem inteligíveis, capazes de comunicar com a multidão. Qual é o rumo da poesia e onde reside o elo entre o poeta e a sua audiência? Qual é a mensagem? Esta é a pergunta mais importante. Qual é a voz que hoje em dia se faz ouvir, a do poeta ou a do cientista? Andamos a pensar na Beleza, por amarga que seja, ou anda mos a pensar na energia atómica? E qual é a principal emoção que as nossas grandes descobertas inspiram? Pavor! Temos saber e não temos sabedoria, temos conforto e não temos segurança, acreditamos mas não temos fé. A poesia da vida expressa-se apenas em termos matemáticos, físicos, químicos. O poeta é um pária, uma anomalia. Caminha para a extinção. Quem é que hoje se preocupa com o facto de o poeta se tornar a si próprio monstruoso? O monstro anda à solta. Passeia-se pelo mundo. Fugiu do laboratório e está ao serviço de seja quem for que tenha coragem suficiente para lhe dar emprego. Na verdade, o mundo tornou-se número. A dicotomia moral, como todas as dicotomias, sofreu um colapso. Atravessamos uma era em que uma grande maré tudo arrasta ao acaso. Começou a grande deriva.
E os loucos falam de reparações, inquisições, retribuições, de alinhamentos e coligações, de comércio livre e de estabilidade e revitalização económicas. Nenhum deles acredita, no fundo, que a situação mundial possa ser regulada. Todos aguardam o grande acontecimento, o único acontecimento que nos preocupa dia e noite: a próxima guerra. Pusemos tudo em total desordem e ninguém sabe nem como nem onde procurar os meios de a controlar. Os travões ainda estão no sítio, mas será que funcionam? Sabemos que não. O demónio anda à solta. A era da electricidade já lá vai há tanto tempo como a Idade da Pedra. Esta é a Idade do Poder, do poder puro e simples. Agora a escolha é entre céu e inferno; já não é possível meio termo. E tudo indica que vamos escolher o inferno. Se o poeta vive o seu inferno, já não é possível ao homem comum escapar dele. Terei eu dito que Rimbaud era um renegado? Todos somos renegados. Desde o alvorecer dos tempos que andamos a renegar. Finalmente, o destino consegue andar a par connosco. Todos, homens, mulheres e crianças, identificados com esta civilização, vamos entrar na nossa Estação no Inferno. É isso que temos andado a pedir; cá está. Aden ainda nos há-de parecer um local confortável. No tempo de Rimbaud ainda era possível deixar Aden e partir para Harare, mas daqui por cinquenta anos o mundo há-de parecer uma vasta cratera. Apesar do que em contrário possam dizer os cientistas, o poder que o homem tem hoje nas mãos é radioactivo, é permanentemente destrutivo. E nunca pensámos no poder em. termos de bem; apenas em termos de mal. Nada existe de misterioso no que toca à energia do átomo; o mistério reside no coração dos homens. A descoberta da energia atómica ocorre em sincronia com a descoberta de que nunca mais podemos confiar uns nos outros. Aqui, neste medo capaz de se multiplicar como as cabeças da Hidra, medo que nenhuma bomba consegue destruir, aqui é que reside a nossa fatalidade. O verdadeiro renegado é o homem que perdeu a fé no seu semelhante. E a perda da fé, hoje, é universal. Aqui, neste ponto, o próprio Deus é impotente. A nossa fé transpôs-se para a bomba e será a bomba a responder às nossas orações.”



O Tempo dos Assassinos
Henry Miller
Hiena Editora, 1983
Colecção Cão Vagabundo 8