No bosque há uma ave, o seu canto
detém-vos e faz-vos corar.
Há um relógio que não toca.
Há uma lixeira com um ninho de
bichos brancos.
Há uma catedral que desce e um lago
que sobe.
Há um carrinho abandonado nas moitas,
ou descendo a vereda em correria,
engalanado.
Há uma troupe de pequenos cómicos
com os seus fatos, visíveis sobre a estrada
através da orla do bosque.
Há, enfim, quando tens fome e sede,
alguém que te enxota.
jean-arthur rimbaud
iluminações
uma cerveja no inferno
trad. mário cesariny
estúdios cor
1972
1 comentário:
Amei este poema. Realmente, se a vida fosse um bosque teria de tudo um pouco. Parabéns!!
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