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mais tarde
sentiria a
dor da terra seca
havia de
ouvir o cinzel do tempo
e
experimentar o arrepio
da fusão
lenta dos espelhos
que
estranho fogo nos queima
quando da
solidão suprema
se ergue o
chão de todas as coisas
e exangues
de saudade e medo
aí deixamos
o amor
todo o amor
com a
violenta ternura
do que é
eterno
quanto mais
se pode dar
a quem um
dia nos cruzou o coração
como um
equador
de vida e
paixão?
gil t. sousa
água forte
2005
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