Eu conheço uma música frágil como a chuva ou as
lágrimas evitadas. É uma música que ouço muitas vezes enquanto escrevo ou leio,
ou que ecoa dentro de mim enquanto leio o que escrevi.
Cada vez que a ouço, que percorro o teclado
infindável do piano onde me refugio, esqueço-me do que escrevi e leio as
lágrimas que não chorei sulcadas no meu rosto, à espera que chovesse.
Que me lembre, é uma música onde tu não estás. Uma música
que se calhar não existe, ou não existe assim, e não passa de uma desajeitada
desculpa para finalmente poder chorar.
jorge
fallorca
telhados de
vidro nº. 11
averno
2008
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