toda a sombra é fria e todo o sangue é pobre.
Escrevo para não viver sem espaço,
para que o corpo não morra na sombra fria.
Sou um campo abandonado. A margem
sem respiração.
a ciência certa da navegação no espaço,
o corpo abre-se ao dia, circula no próprio dia,
o corpo pode vencer a fria sombra do dia.
ao lume certo do corpo que se despe,
todas as palavras ficam nuas
na tua sombra ardente.
matéria de amor
editorial presença
1985