partido e repartido nos transvios,
que repouso terás no chão da vida
se Amor te mata assim dia-após-dia?
do reencontro dos amantes idos,
eu ia rindo empós esta agonia
a reviver os rostos hoje findos.
a carrear-te, corpo sempre aflito
entre a fome diária e a infinita.
o que é a carne e o que seria o espírito
quando o Amor, gentil, une o indiviso?
colóquio letras nr. 90
março 1986
fundação calouste gulbenkian
1986