Pois comigo na cama é que eu te queria
morder-te os sons visíveis e perversos
e enforcado nos cornos da poesia
esfregar-me nas imagens e nos versos.
Pois comigo na cama é que eu te queria
arco-íris de letras flor de gritos
dançando até ao espasmo da alegria
o apaixonado baile dos malditos.
Pois comigo na cama é que eu te queria
iluminado pelo cio aberto
da bala que se vê não se vigia
parece longe e entanto está tão parto.
ary dos santos
vinte anos de poesia
fotografias, 1970
círculo de leitores
1983