10 outubro 2020

amalia bautista / os aloendros

 
 
Tenho visto como crescem nas bermas,
nos separadores das auto-estradas,
em jardins privados e luxuosos
e rodeando prédios de tijolo
em subúrbios tão tristes como o homem.
Surpreende-me que sejam tão bonitos,
que se adaptem tão bem a qualquer meio,
que precisem de tão poucos cuidados.
Surpreende-me que sejam venenosos.
 
 
 
amalia bautista
conta-mo outra vez
tradução de inês dias
averno
2020




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