arranhava a pedra
e dizia por exemplo, cantando
da sombra para as sombras,
assombrado pelo meu próprio silêncio,
por exemplo: «há
que arar o Inverno,
e há sulcos, e homens na neve».
Hoje as aranhas fazem-me calorosos sinais desde
os cantos do meu quarto, e a luz titubeia,
e começo a duvidar que seja verdade
a imensa tragédia
da literatura.
a canção do croupier do mississípi e outros poemas
trad. jorge melícias
antígona
2019
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