27 outubro 2020

tomas tranströmer / segredos pelo caminho

 
 
A luz do dia bateu no rosto de alguém que dormia.
E esse alguém teve um sonho com mais vivacidade,
ainda que sem acordar.
 
As trevas bateram na cara de alguém que ia a andar
entre a multidão, sob os raios
impacientes e fortes do sol.
 
De repente escureceu, como quando cai uma bátega.
Eu encontrava-me num quarto com espaço para todos os instantes –
a sala de um museu de borboletas.
 
Ali, porém, o sol brilhava tão intensamente como antes.
Os eus pincéis impacientes davam cor ao mundo.
 
 
 
 
tomas tranströmer 
50 poemas
tradução de alexandre pastor
relógio d´água
2012




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