um sonho que chorava no asfalto da rua
e os versículos da sua inocência
uma sede no homem enterrada
e deslizou através das nuvens
para visitar o sonho adormecido nas camas das crianças
e alimentá-las, ou dar-lhes de beber, da fonte do verde mel.
e seu corpo trémulo e nu
esfolavam-se nos mastros da noite.
e nos seus dorsos fundiam-se colunas de granito.
foi enterrado sobre os beirados dos tectos e das torres
crucificado, sangrando, mordido nas trevas pelos gatos.
e escapa:
comboios de gente surda
trombetas que ressoam,
génios que gritam dentro duma garrafa
vozes que chamam na garganta do asfalto
e quando secará o sangue?
trad. adalberto alves
rosa do mundo
2001 poemas para o futuro
assírio & alvim
2001
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