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Às vezes penso: os nossos sentimentos são como uma
espécie de esparguete em aço, em que cada segmento está totalmente imiscuído no
todo mas ao mesmo tempo é distintamente apercebível. Outras vezes penso: não,
os nossos sentimentos são como uma floresta de esparguete de aço em que cada
segmento emerge só parcialmente distinto. Na ponta de cada uma dessas varas
vibra uma formação algo rendilhada, consequência dos constantes tremores de
cada segmento, e assim, quando alguém está sob o império de funda emoção, tudo
nele treme e na floresta tudo vibra e essas extremidades rendilhadas formam
rapidíssimos desenhos, imiscuindo-se uns nos outros, e o total é uma combinação
de vibrações que se sobrepõem e explicam a confusão que se encontra no
indivíduo sob o império da emoção.
ana hatherly
463 tisanas
quimera
2006
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