2.
Hoje podes despir a camisa ao sol incendiário.
Perguntar ao Sollers se a China
fica ao lado, ao virar da página
(matutada e matutina).
Abrir todas as válvulas e esperar a mistura
ambiciosa de esperma e de borracha
de pedintes e políticos ainda natalícios.
Podes também apregoar está inteiro
e partires depois nostálgico dos tempos áureos
do papel-moeda e das derribes da palavra escrita.
Hoje nada há, aqui, que a ti te baste.
Praxemas, culturemas, gate-keepers,
sábios, artistas, grandes cozinheiros,
traficantes, humildes perfumistas,
ruídos indecisos de Xenakis
ananphalangestereophonias
lúcidas memórias de Jorge Sena
bússulas antigas usadas pelo Pessoa.
armando silva carvalho
armas brancas 1977
o que foi passado a limpo, obra poética
assírio
& alvim
2007