começo a sentir por ti uma renovada ternura, muito crua e
desconhecida,
como aquilo que recordo do amor quando era jovem –
mas nunca nas suas escolhas, nos seus ardores.
Demasiado exigido à partida, demasiado o que não pôde ser
prometido –
perdoa a sua brutalidade.
Como se fosse essa alma, a minha mão desliza cautelosa por ti,
embora ansiosa, enfim, por conseguir expressar-se enquanto
substância:
é de ti que irei sentir falta.
uma vida de aldeia
tradução de frederico pedreira
relógio d´água
2021
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