«Enquanto eles sofrem o último suplício, eu equilibro-me
no trapézio. Porquê? Não sei. Uma exuberância voltejante, uma exaltação, o
júbilo que enfim me faz suportar o coração no meu peito, a sua carícia como um
novo toque, enquanto ele bate em sístoles profundas, meditadas, que me mantêm
alerta e arquejante sob a ameaça.»
«E giro, giro infatigavelmente à volta da barra,
fingindo, como posso, com os meus pobres meios, ser o astro que gravita
imperturbável na noite dos séculos.»
henri
michaux
liberdade de acção (1945)
antologia
trad. margarida vale de gato
relógio d´água
1999
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