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Era uma vez uma chave que vivia no bolso de um
homem. Durante muito tempo desempenhou com honestidade o seu trabalho de abrir
portas. Até que um dia descobriu que todo o seu trabalho tinha consistido
sempre em abrir portas que já estavam abertas. Quando descobriu isso lançou-se corajosamente
para fora do bolso. Caiu no chão. Ficou ali. Passa uma criança vê a chave e diz
que coisa tão engraçada para fazer um carrinho.
ana hatherly
poesia
1958-1978
moraes editores
1980
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