«Os
judeus pedem milagres, os gregos pretendem a sabedoria.» Nada melhor do que
estas palavras de São Paulo, palavras evidentemente dum romano, ainda que
transfigurado pela pressão do seu caso, o seu espinho, como lhe chamou. Sem este
espinho, a vontade criadora, continuaremos a pedir milagres e encher-nos de
sabedoria. O espírito que cria uma obra ou que a projecta, é um espinho na
carne; é um combate formidável que só muito palidamente nos é sugerido nos
grandes teatros da turbulência humana. Criar é, ao mesmo tempo, obediência e
revolta. Tem dois sexos, a aparência e as condições. É austero prazer e alegria
corajosa; é uma arte curativa e é uma lei dinâmica.
agustina
bessa-luís
dicionário
imperfeito
guimarães editores
2008
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