enquanto os dias e as noites se devoram
é por mim que escrevem os aviadores
com a minha letra solitária
sobre a multidão no deserto
despido de trevas
das praias do tempo da minha infância
onde amanhece
quando faço o gesto de matar
quando passarem sobre os Pirenéus
ao lado da fome da multidão no deserto
voa a minha angústia
na linha do horizonte
uma asa de sangue contra o rosto
a minha máscara de amante
de bruços sobre a terra
uma faca nos dentes
caligrafia ardente
parceria a. m . pereira
2003
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