será um mundo sempre fraco.
nem a tua clara gargalhada,
nem a tua pele, dura e tenra, macia, macia,
poderão afastar-me do mundo a esfacelar-se no nevoeiro universal.
Nem da tua alegria poderá apagar em mim
a angústia dos outros – fim e princípio de tudo quanto sou.
Nada poderá distrair-me
Dos gritos lá de fora enchendo as ruas de braços e de bocas dolorosas.
Nada poderá afugentar-me.
no caudal correndo sempre.
Fraca sempre a tua carne para embriagar-me inteiramente.
dentro de ti no isolamento de tudo,
eu estarei sempre lá fora,
rugindo e batalhando,
vivendo com os outros.
poesia completa
poemas (1936-1938)
imprensa nacional-casa da moeda
2016
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