05 maio 2017

joão esteves / sobre tudo o que nada presta




ainda que o tempo não dê para perceber a beleza
de todas as coisas, devo pé ante pé (para não
acordar o ódio), abeirar-me do desconhecido,
daquele outro lado que ignoro. contudo, era bom que

alguém me justificasse o desconhecimento que tenho
das coisas: haverá alguma beleza em descobrir que
tudo é relevante ou que nada presta, se aquilo a que
estou condenado é ver o outro lado a partir do meu?




joão esteves






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