A ambiguidade do silêncio é como o amarelo de um
semáforo: só cai para o impedimento, nunca para a livre passagem. Nunca vi
semáforos a mudarem de amarelo para verde, mas sempre de amarelo para vermelho.
Ver um sim no silêncio é passar com o
amarelo: coisa arriscada, às vezes até um pouco forçada, condescendência de
mulher perante o desejo do homem. Já um não
augura maiores possibilidades de sucesso: poderá demorar muito, mesmo até uma
vida, mas quando mudar será certamente para a cor da esperança.
joão esteves
do lado de
fora
editora urutau
2018