(…)
Estar vestido de branco deste homem é evidente que nunca voltará a ser
encontrado
Depois o choque duma lança contra um elmo aqui o músico fez maravilhas
É toda a razão que se vai quando podia soar a hora sem que tu estejas
presente
Nas sombras do cenário permite-se ao povo contemplar os grandes festins
Comer em cena é sempre do agrado geral
De dentro da empada rematada a faisões
Anões metade pretos metade arco-íris levantam a tampa
E soltam-se ajaezados de guizos e de risos
Brilho contrastado de vestígios de tiros das côdeas sobrastes
Plano sequência do baile dos Ardentes flash-back desfocado do episódio
que
vem logo a seguir ao do cervo
Um homem talvez ágil demais desce do alto das torres de Notre-Dame
A rodopiar numa corda
Seu pêndulo de archotes clarão insólito à luz do dia
A sarça dos cinco selvagens quatro deles cativos um do outro o sol de
plumas
O duque d’Orléans segura o facho a mão a mão fatal
Às oito horas da noite tempos depois a mão
Não esquece a brincar com a luva
A mão a luva uma vez duas vezes três vezes
A um canto com o palácio mais branco em fundo as belas feições ambíguas
de
Pedro de Luna a cavalo
Personificando o segundo luminar
Acabar sobre o brasão da rainha em lágrimas
A mágoa Nada mais me é nada nada me é mais nada
Sim sem ti
O sol
andre breton
poemas
trad. de ernesto sampaio
assírio & alvim
1994
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