Diz
não desistas
e tempo é
de noites dias futuros
de flores de crina azul nos teus olhos
diz
Liberdade
«Liberdade liberdade cor de homem»
Morcego de asas brancas
cujos lábios de estrela cadente
voam pelo prazer de fumar
no ar puro
diz
«Liberdade liberdade cor de homem»
*
No crepúsculo surrealista
a estátua de André Breton
com o coração de águia trespassado por uma espada de sangue
sorri na enseada dos barcos livres
antónio barahona da fonseca
impressões digitais
o surrealismo na poesia
portuguesa
org. de natália correia
frenesi
2002
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