Na minha cidade a saque e a sangue
um grilo sacana canta e não canta
um grilo couraçado, desesperado
dentro da gaiola, pequena garganta
*
Conheço estas vozes que cheiram a tabaço
e dizem e dizem a saque e a sangue
a missão do poeta na miséria dos tempos:
Construir uma Rosa, suicidar-se estanque
ou viver pesaroso, fumador de navios,
ou vampiro feliz na encruzilhada dos rios
antónio barahona da fonseca
grifo
1970