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06 dezembro 2013

antónio barahona da fonseca / a saque e a sangue



Na minha cidade a saque e a sangue
um grilo sacana canta e não canta
um grilo couraçado, desesperado
dentro da gaiola, pequena garganta

*

Conheço estas vozes que cheiram a tabaço
e dizem e dizem a saque e a sangue
a missão do poeta na miséria dos tempos:
Construir uma Rosa, suicidar-se estanque

ou viver pesaroso, fumador de navios,
ou vampiro feliz na encruzilhada dos rios


antónio barahona  da fonseca
grifo
1970





01 maio 2012

antónio barahona da fonseca / a andré breton






Diz
não desistas
e tempo é
de noites dias futuros
de flores de crina azul nos teus olhos
diz
Liberdade
«Liberdade liberdade cor de homem»

Morcego de asas brancas
cujos lábios de estrela cadente
voam pelo prazer de fumar
no ar puro
diz
«Liberdade liberdade cor de homem»
  
*

No crepúsculo surrealista
a estátua de André Breton
com o coração de águia trespassado por uma espada de sangue
sorri na enseada dos barcos livres





antónio barahona da fonseca
impressões digitais
o surrealismo na poesia portuguesa
org. de natália correia
frenesi
2002