Sou um velho rato celibatário
─ a lei não me permite casamento.
Outros encontram sem dificuldade
o universo pronto a vestir
logo de manhã, desde que nasceram.
Depois trajam todas as convenções
─ que lhes assentam bem, do colarinho
às mangas, até parece que Deus
é um alfaiate por conta deles.
A nós, a melhor roupa fica mal
─ em nenhuma loja vendem sapatos
que nos deixem ir noutra direcção,
nem anel que não faça propaganda
à ordem sempre «natural» do mundo.
josé antónio almeida
rumo
a poesia em 2009
assírio & alvim
2010
Sem comentários:
Enviar um comentário