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as
mãos roçam a noite como árvores nuas e tudo o que deixam nas janelas fechadas é
um canto de pedra, um canto negro que sobe e desce os telhados de ruas
desconhecidas e desertas, que se esconde em corações solitários, como gárgulas
de sangue, por onde escorrem vozes, gritos secos e antigos, gritos de medo,
gritos de raiva, de homens que sufocaram no tempo, estrangulados de mentira e
de lama.
sou
tão invisível, hoje! nenhuma ponte me apanha no abismo de acordar.
gil t. sousa
água forte
2005
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