(sobre um quadro da alice loureiro)
2
no fim dum
caminho antigo,
por entre
as pedras e o céu,
há vozes
que anunciam um outro tempo.
um tempo
escondido no segredo das mentes,
como as
almas se escondem
nas pedras
das cidades que pecaram.
é a maldade
simples da terra,
a intriga
das ervas,
a sentença
do que vive.
não há aqui
eternidade,
nem morte,
e só os
olhos levam o que lá diz;
em molhos
de cor a lembrar cereais maduros,
mel
guardado como um tesouro
para um
amanhã esperado.
tudo acaba
ali,
no
precipício que divide o real
e anuncia o
infinito com uma força nua de sinais.
e é nesse
acabar
que uma
outra realidade ganha forma,
tranquila
como as coisas eternas,
enigmática
como as coisas que, não sendo vivas,
obedecem a
um outro sangue,
a um pulsar
de que nunca saberemos o nome....
gil t. sousa
água forte
2005
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