Sem cólera nem
mágoa arromba o tempo
As heroicas espadas.
Pobre e triste,
À nostálgica
pátria regrediste
Pra com ela
morrer nesse momento,
O capitão, no
mágico deserto.
Tinha-se a flor
de Portugal perdido
E o áspero
espanhol, antes vencido,
Ameaçava o seu
costado aberto.
Quero saber se
aquém da derradeira
Margem compreendeste
humildemente
Que o império
perdido, o Ocidente
E o Oriente, o
aço e a bandeira,
Perduraria (alheio
a toda a humana
Mudança) em tua
Eneida lusitana.
jorge luís borges
obras completas 1952-1972 vol. II
o fazedor
(1960)
trad. fernando
pinto do amaral
editorial
teorema
1998