Num outro mar
que desses morreria
e não invejo,
pois, a só migalha
que a mão que
tens mais leve certo dia
a outros pelo
vento cega e espalha.
A mim, amor, só
cabe, qual convém
para o centro
da terra, teu miolo;
e, mais, do que
isso, a tua chaga-mãe,
a perfeita
descida do teu colo,
o lado fora, e
nele o imo expresso
nos acidentes
líricos do leito
em que, de
ter-te, só me tenho e esqueço.
Em nada tenho
tudo, dito e feito,
e nisso tens a
estrela que mereço
brilhando
perto, ao fundo do teu peito.
pedro tamen
escrito de memória
os quarenta e dois sonetos (1973)
poesia 1956/1991
círculo de
leitores
1995