Não acreditávamos nos velhos provérbios
que vaticinam que a ventura é breve
e o amor
um enganoso fruto de coração incerto.
Não acreditávamos nos velhos provérbios
e fizemos bem,
quem poderá negar que durante um tempo
fomos felizes, semelhantes a deuses,
que nunca então o medo nos tocou
nem era possível incerteza nos nossos sonhos.
Não acreditávamos nos velhos provérbios…
Mas isto era ainda no tempo em que
desconhecíamos as sombras e os ardis
os tribunais funestos que o amor ampara
e os tributos amargos que depois exige o desamor.
silvia ugidos
poesia espanhola anos 90
trad. joaquim manuel magalhães
relógio d´água
2000