que me escreva cartas de amor com toda a frequência
possível
mas não a frequência exata que as exima de me surpreender.
que me console e carregue e acolha
sob chuva ou arco-íris
que me pinte
(ar de rua, suor, carinho no enlace dos dedos,
penumbra, dança, insustentável força e meneios)
em cores sem nome
e me beije, que me beije como a única mulher a ti jamais
entregue
conhecida em alma
e teu corpo me sonha.
e que, acima de tudo meu amor
saiba quando calar.
stella zagatto paterniani
natália gregorini
deleites e ladrilhos
editora medita
2013