Repousa no espaço de um olhar. O
ar dança na rua.
Sombras e ruídos. As árvores têm
uma idade clara.
Vagarosa persistência, a alguns
metros do solo.
O enigma está vivo no centro da
aparência.
Uma criança designa o mar. Alguém
traz uma folha.
Alguém compreende a sede de uma
pedra!
Quem estuda a felicidade? Quem
define um jardim?
Que linguagem é a do espaço? O
que é o sal da sombra?
Esquecemos a linguagem do vento e
do vazio
Nunca houve um encontro. Quando
será o inicio?
Vejo a folhagem e os frutos da
distancia.
Olho longamente até ao cimo da
ternura.
Vivo na luz extrema em todas as
direcções.
O pequeno e o grande conjugam-se,
consagram-se.
Canto na luz suave e bebo o
espaço.
antónio ramos rosa