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De pura solidão, ele recomeça ─
como se fosse a última vez
que respirasse,
e é por isso agora
que pela primeira vez respira
para além do alcance
do singular.
Está vivo, e ele não é senão por isso
o que se afoga no insondável poço
do seu olho,
e o que ele vê
é tudo o que ele não é: a cidade
da indecifrável
ocorrência,
e logo a língua das pedras,
pois ele sabe que por toda a vida
uma pedra
dará lugar a outra pedra
para fazer uma parede
e que estas pedras todas
farão a soma monstruosa
da singularidade.
paul auster
poemas escolhidos
tradução de rui lage
quasi
2002
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