I
O nosso silêncio fará calar a tempestade
Tornará sensata a folhagem profunda
Tenho nas mãos duas mãos abandonadas
II
Este barco estava mergulhado para sempre na bruma
Quem fala de ódio de longe em longe
Mais de perto vai dizendo o amor
III
Os olhos penetrantes soberana inocente
Os seios leves de tudo ela ria
E o mar dispersou a areia do seu trono.
paul éluard
últimos poemas de amor
o duro desejo de durar 1946
trad. maria gabriela llansol
relógio d´água
2002
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