num país debaixo do sol
e de algumas nuvens.
campos semeados, umas galinhas, cães,
espelhos, justamente nos quais o fogo se mira.
quanto mais vazios mais pesados com o passar dos dias.
é na algazarra que alguém arranca o pão de alguém
e alguém sacode o filho morto.
nem é esta ponte
sob a qual passa um rio estranhamente avermelhado.
Em redor, disparos, ora longínquos ora próximos,
ao alto, um avião errante rodopia.
uma parda rochosidade,
ou ainda melhor a inexistência
durante um pouquinho ou por mais tempo.
Alguém lhes sairá ao caminho, apenas quando e quem,
de que forma e com que intenções.
Se puder escolher,
talvez não queira ser inimigo
e os deixe com alguma vida.
instante
trad. elzbieta milewska e sérgio neves
relógio d'água
2006
Sem comentários:
Enviar um comentário