a memória tem olhos facetados
(mil imagens de ti por segundo)
e a raiz quadrada do coração
não é aquela que julgas.
Do outro lado do sonho
as verdades levam uns chapeuzinhos verdes
muito engraçados e baloiçam-se
nas agulhas do relógio de Deus.
Do outro lado do sonho
o tempo é uma centopeia sem cabeça
que caminha sobre um espelho invertido
e a morte uma figurinha em maçapão
vestida com um poncho peruano.
Do lado de cá do sonho
a Fénix alisa as penas
e ri estupidamente.
poesia
o livro do tigre 1976
tradução de isabel meyreles
quasi
2004
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