28 novembro 2020

maria velho da costa / (dom se bastião)

 
 
Todas as coisas revêm a seu termos
se mantido o começo
o seu (de cada uma) pedúnculo,
sinal; fiel a si só quem outrem ladeia
no recreio de achá-lo só contíguo
ao desejado, o longes,
desfeitos assim lios, tramas
(ter, ter, só do engano e não da jorna).
 
Que, sob a mesma traça,
mão que desenhe o sacro de seu nome
praça de si condigna queira
e laude como, à ida,
e perseguindo a encoberta desavinda vinda,
a pele lhe não foi raias de mortal.
 
Onde achar paradouro do ir indo
que as mesmas vascas agasalhe e cumpra?
 
O olhar permutado, a líquida juntura
não congelada porque bem fugida,
o integral dum sim já denegado,
o tão de si senhor que em desistir-se tento tenha
e embrumado (nunca por nunca certo)
vagueie um solidíssimo ficar?
 
Conjugar montaria sem quebreiras
no quadrado de cama jugulada,
(a terra em trevas);
amar redondo (em giração) e a eito;
casal que por fendido
a casa casta aberta e hoste rotornante
pátria dos pés crescentes caminheiros faça.
 
 
 
 
maria velho da costa
desescrita
afrontamento
1972
 



1 comentário:

Janita disse...

Caminheira me fiz deste caminho
quer queira ou não
é esse o meu destino.
Não sei se por amor
à poesia, se por hábito
Velho, na fidelidade
que devo às três Marias,
das quais só uma resta
para tristeza minha,
neste caminho onde todos
os caminhos, por sorte
ou desgraça, se entrelaçam.

Bom fim-de-semana.