Deixa
a tua mão renascer na curva
Da
paisagem, nos alicerces desertos
Da
paixão ─ como as longas cartas que escrevias ─ ,
Deixa
que os lábios sobrevoem
As
palavras incapazes de alegia
─ que me calaste no auge do beijo ─ ,
Deixa,
por uma vez, que tudo flua
Como
o fogo na minha mão
E se
escoe pelos corações mais queimados
Pela
vida.
Deixa,
numa manhã assim,
Sem
razão aparente e aparada
Nas
pontas que a tua mão
Corrija
a órbita desta paisagem
Que
pronuncia a indecifrável
Respiração
da morte.
fernando luís sampaio
relâmpago
revista de poesia 29-30
out
2011 abril 2912
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