08 dezembro 2012

gil t. sousa / caçar a água


  
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caçar a água
no veludo escarlate da sede
pela madrugada
no coração tenro
da neblina
antes que a maré suba
os labirintos

aos pássaros
revelar a pedra
ensinar o lado de dentro
do musgo
a curva macia
dos seixos



porque a loucura
deve ser rasgada por dentro
com as mãos cravadas numa ponte
acesa ao abismo


gil t. sousa
água forte
2005 



3 comentários:

António Eduardo Lico disse...

Bela poesia.

OutrosEncantos disse...

:) tão linda!

Anónimo disse...

Gostei muito!