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  Verdes, cor-de-rosa,
aneladas, desenhadas. De elas se diz que têm relações consigo mesmas e vêmo-las
no espasmo.
  Ou rígidas como um
dedo conseguem beber na fonte das rosas. São aparentadas com as rosas, o
alecrim e a pereira.
  Consideram-nas
apenas sonhos, representação dos pecados dos homens.
  Mas eu, em miúda, à
luz do sol e da lua, acredito nelas, sei que realmente existem.
  Vi-as abrir os
lábios, negros como a noite, a dentadura de ouro, atrás de uma amêndoa, um
pedacinho de abóbora;
          enfrentar a
própria linha, brincando e brigando; e sozinha no amor, retorcer-se até morrer.
marosa di giorgio
os papéis selvagens
tradução de rosa alice branco
encontros de talábriga
 
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