Lá fora há sol.
É apenas o sol
mas os homens olham-no
e depois cantam.
Eu não sei do sol,
eu sei da melodia do anjo
e o sermão quente
do último vento.
Sei gritar até de madrugada
quando a morte se põe nua
na minha sombra.
Choro debaixo do meu nome.
Abano lenços na noite
e barcos sedentos de realidade
bailam comigo.
Escondo cravos
Para escarnecer dos meus sonhos enfermos.
Lá fora há sol.
Visto-me de cinzas.
alejandra pizarnik
antologia poética
trad. alberto augusto miranda
edit. o correio dos navios
2002
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