Os homens do viet são tão belos
quando morrem.
A água do rio, lambendo as suas
pernas, fazia mais sexual
a sua ruína.
Depois vieram as Grandes Chuvas
procurando
a vagina esfomeada da selva e
apagaram tudo.
Ficou apenas nos lábios a sede da
batalha, para nada,
como baba
que cai da boca sem cérebro.
Hoje
que num leito sem árvores nem
folhas
com a tua língua desfolhas a
árvore do meu sexo
e cai toda a noite o sémen como
chuva
e cai toda a noite o sémen como
chuva, diz-me
beijando suavemente o túnel do
meu ânus,
cova de anaconda que ainda me
marca
os ritmos da vida, diz-me o que
era, o que é,
o que é um cadáver.
leopoldo maría panero
(espanha, n. 1948)
tradução de joaquim manuel
magalhães
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