Sem longas doenças, fulminados.
Equipados apenas com o corpo.
Não quiseram que a alma morresse
Antes deles.
em qualquer lugar
poesia reunida
edições cotovia
2018
229 – Jovens e nus frente ao mar, estão presentes
em cada célula do seu corpo. Mas a vida que têm é demais para eles e não sabem
que fazer dela. Emergem da água rutilantes e riem. Depois deitam-se na areia,
gastam o dia e a noite a amar-se, a embebedar-se, a estoirar todo o prazer e
forças que têm. E ficam ainda com vida por gastar. É desses sobejos já com
bolor que terão de viver depois na velhice.
mariana mizarela |