Os amantes pensam-se. Cada um
pensa que pensa muito mais no outro
que o outro nele. Estão centrados
no seu ofício pensante e não notam
os fios invisíveis com que o medo
vai enredando as suas reflexões
e matando o amor. Só o esquecimento
poderia resgatá-los dessa dúvida,
mas não estão dispostos a esquecer-se.
luis alberto de cuenca
a vida em chamas
uma antologia
trad. miguel filipe mochila
língua morta
2018
1 comentário:
Muito bom.
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