01 novembro 2018

antónio pedro / poema




Os homens que fazem jazigos também cantam de manhã… e os jazigos envolvidos na cantiga têm um ar acolhedor, burguês e confortável…

Não te ocupes daquilo que está à tua volta, nem daquilo que à tua volta é um símbolo de outra coisa: nada tem símbolos e tudo é a sua própria definição. Não queiras saber das coisas à tua volta: elas são o seu porquê – adora! – e que o gosto de olhá-las te seja tão suave e sagrado como uma bênção!

– Vê como é tão simples a mote, e tão inúteis os mistérios insondáveis numa manhã de sol!



antónio pedro
antologia poética
obras clássicas da literatura portuguesa séc. xx
edição de fernando matos oliveira
angelus novus, editora
1998








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